Nesta novela - considerada uma das mais perfeitas já escritas, Tolstói narra a história de Ivan Ilitch, um juiz de instrução que, depois de alcançar uma vida confortável, descobre que tem uma grave doença. A partir daí, este passa a refletir sobre o sentido de sua existência, numa experiência-limite de rara força poética, que só a grande literatura consegue traduzir.
Nesta novela - considerada uma das mais perfeitas já escritas, Tolstói narra a história de Ivan Ilitch, um juiz de instrução que, depois de alcançar uma vida confortável, descobre que tem uma grave doença. A partir daí, este passa a refletir sobre o sentido de sua existência, numa experiência-limite de rara força poética, que só a grande literatura consegue traduzir.
Ivan Ilitch está morto. No dia de seu velório, colegas discutem quem ficará com seu cargo no trabalho, enquanto a viúva se preocupa em conseguir uma pensão do governo. Como um homem com carreira consolidada e família exemplar chegou a esse fim? E como todos nós chegamos ao inevitável fim da vida? A edição da Antofágica foi traduzida diretamente do russo por Lucas Simone e traz ilustrações de Luciano Feijah, além de textos complementares de Luciano Feijão, Julián Fuks, Lucas Simone e Maria Julia Kovács e apresentação de Yuri Al’Hanati (Livrada!).
Geralmente classificado entre os melhores exemplos de novela,[2] A morte de Ivan Ilitch conta a história de um juiz de alta corte e seus sofrimentos e morte por uma doença terminal na Rússia do século XIX.
Piotr Ivanovich, colega de Ivan na faculdade de Direito e no Tribunal de Justiça, além de parceiro no jogo de uíste. Embora considerado o melhor amigo do protagonista, vai ao seu enterro não por vontade própria, mas por obrigação social, e ainda fica chateado por ter perdido o carteado com os colegas.
Vladimir Ivánovitch, filho adolescente de Ivan.
Lisa Golovin, filha de Ivan, tem 17 anos de idade. Os pais querem-na noiva do jovem Petrischev, o que termina por ocorrer, às vésperas da morte de Ivan.
Petrishchev, noivo de Lisa.
O livro começa por narrar o velório. Depois, retorna no tempo para mostrar como Ivan Ilitch, um juiz respeitado, conhece a sua esposa, com quem se casa por dinheiro e pela sua beleza. Após lhe ser apresentada a proposta de se tornar juiz em outra cidade, Ivan Ilitch compra um apartamento para si, sua mulher e o casal de filhos que têm. Ivan muda-se primeiro e inicia as obras para decorar o apartamento da maneira que lhe agradava, mas cai e se fere na região do rim. Nesse ponto, Ivan Ilitch acredita ter contraído uma doença - que no entanto em momento algum é diagnosticada -, a qual gira sempre em torno de um rim ou intestino doente. Surge, então, a grande alavanca da narrativa: a continuidade da vida ou a morte.
À medida que o tempo passa, o ferimento agrava-se, até que a personagem atinge o ponto de não poder mais sair de casa: quando tenta ir trabalhar, não é mais capaz de desempenhar as suas funções adequadamente. Restrito ao ambiente familiar, passa a acreditar que em sua casa vive uma mentira, e que a sua família o esconde dos amigos. O seu único prazer é a companhia do filho, de apenas 14 anos, e de um criado seu, por entender que ambos jamais o enganariam.
Ivan Ilitch quer morrer, porque será o término da sua dor e da vida de mentiras em que acredita viver, mas o seu instinto de sobrevivência insiste em fazê-lo lutar pela vida, e ele interroga-se: "que tipo vida quer ter?" O personagem inicia, então, um longo processo de busca pelo sentido da vida, durante o qual percebe terem sido poucos os momentos da sua existência que possuíam significado. Decisões, buscas, gestos, palavras, todas as respostas e necessidades foram-lhes impostas pelo meio social em que nasceu. Quando está prestes a morrer, despede-se da família.
Nas palavras do crítico Otto Maria Carpeaux: "A Morte de Ivan Ilitch é uma das obras mais comoventes e mais pungentes da literatura universal, talvez a obra-prima de Tolstói".
O escritor russo Vladimir Nabokov considerava-a uma das obras máximas da Literatura Russa.