Luís Vaz de Camões - Soneto 159 - Chorai, Ninfas, os Fados Poderosos





Luís Vaz de Camões - Soneto 159 - Chorai, Ninfas, os Fados Poderosos


Chorai, Ninfas, os fados poderosos

daquela soberana fermosura!

Onde foram parar na sepultura

aqueles reais olhos graciosos?


Ó bens do mundo, falsos e enganosos!

Que mágoas para ouvir! Que tal figura

jaza sem resplendor na terra dura,

com tal rostro e cabelos tão fermosos!


Das outras que será, pois poder teve

a morte sobre cousa tanto bela

que ela eclipsava a luz do claro dia?


Mas o mundo não era digno dela;

por isso mais na terra não esteve:

ao Céu subiu, que já se lhe devia.




 Luís Vaz de Camões - Soneto 159 - Chorai, Ninfas, os Fados Poderosos